sábado, 19 de maio de 2012

Eu sou jovem, não palhaço de circo.

Adultos não me levam a sério. Eles me tratam como se eu fosse idiota. Afirmam o tempo todo que eu não sei o que é sofrer. Na boa, parem. Parem com esses discursos pré-históricos que não se adaptam a mais ninguém. Ao invés de ficarem jogando na minha cara que trabalham, comecem a incentivar o meu sucesso. Desde que me entendo por gente, passo mais de cinco horas por dia dentro de uma sala de aula. Todo esse esforço para orgulhar os meus pais. Quem disse que eles reconhecem? Hunf, vai sonhando. Há dias em que eu copio tanta matéria do quadro negro que surgem calos de trabalhador nos dedos. Não uso a força braçal, mas… Coitadinho do meu cérebro. Sai do colégio cansado, pensando em assuntos que talvez eu nunca use na minha vida. Cansei de carregar muita culpa. Os exemplos para o futuro não somos nós, os adolescentes. Quem ensinou a matar, a roubar e a cometer um monte de besteiras? Adivinhem…? Adultos, né. Estou jogando um pouco a carga nelas para ver se me livro dessa sensação de nunca acertar. Eu busco um futuro que se encaixe exclusivamente pra mim. Adultos detestam isso. Eles querem que fiquemos pensando neles também. Eu sei que vocês querem um diploma de faculdade mais para mostrar aos seus pais do que pela profissão mesmo. A maioria seria viajante, escolheria uma profissão super divertida. Jovens não são escravos, mas sinto que às vezes possuímos correntes nos pés. Correntes imaginárias que nos prendem a ter toda a liberdade que tanto sonhamos. Não peço bebida liberada em todos os locais que eu vá, ou um monte de ficantes ao meu redor. Peço privacidade. Menos pressão. Estão muito preocupados em me usar como uma ferramenta para esfregar nos outros realização profissional. Sempre envolvendo dinheiro e mais dinheiro, quando minha prioridade é exercer uma profissão prazerosa. É formar uma família descolada. Não tenho planos centrados, entendem? Não sei quantos filhos terei. Nem ao menos sei se quero ter algum. Casamento? Sei lá. Quero e não quero. Tudo ao mesmo tempo. O que eu quero é ter o direito de dar minha opinião sem que fiquem me zoando e me chamando de infantil. Quero ter espaço nesse mundo. E não um espaço apertado, de ônibus lotado. Quero um lugar que dê para eu respirar e sentir que estou agindo de forma certa. Vocês, adultos, podem até tentar impedir minha revolução. Que pena. Não irão conseguir. Tenho formação de primeira em superar obstáculos e vencer batalhas. Tenho mais experiência e sabedoria que muitos idosos do século passado. Como consegui isso? Vivendo! Um ano, um simples ano nos ensina muitas coisas. Não é mais como antigamente, que os fatos ocorriam devagarzinho e as notícias demoravam a chegar. Sou descendente do Flash, uma criatura veloz que sonha e pensa alto… Sem voar demais. Não vou lutar corpo a corpo para provar a minha capacidade. Está escrito na minha testa que possuo grandes objetivos. Que minhas metas não se baseiam em riqueza e amor. Pretendo pegar essa maré de azar de hoje e transformá-la numa onda de sorte no futuro. Não morram, por favor. Estejam vivos para assistir o meu triunfo. Fiquem com os olhos bem abertos, pois eu ainda irei surpreender vocês. Não duvidem disso.


— Com licença, quero fazer a diferença. Mayne Silva
4 hours ago · 290 notes · reblog
via outonizei · (© linhasgastas)

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